NOTÍCIA

29/05/2024

Pesquisa aponta crescimento no emprego para a juventude

 Embora os números absolutos e percentuais apontem que o mercado de trabalho já recuperou as vagas perdidas por causa da pandemia, isso não se deu de forma uniforme para toda a população ou em todas as Unidades da Federação. Em especial para os jovens, negros e mulheres, segmentos que historicamente sofrem mais com o desemprego e a informalidade.

Comparando os números no primeiro trimestre de 2019, em relação ao mesmo período deste ano, observa-se um leve crescimento de 13,7 milhões de jovens ocupados, na faixa dos 14 aos 24 anos, para 14 milhões. Porém, a taxa de participação no mercado de trabalho dessa população ainda não retornou aos patamares de 2019, que era de 52,7% e, atualmente, é de 50,5%, no trimestre em questão.

Os dados são de um estudo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e foram apresentados na nesta terça-feira (28) no evento “Empregabilidade Jovem” do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo (SP). As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e foram divulgadas pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner. Ela explicou que a faixa da população mais vulnerável é a primeira a ser dispensada em situações de crise e a última a retornar para o mercado de trabalho. A taxa de informalidade também é maior na faixa etária em questão, enquanto a taxa geral é de 40%, na faixa etária em questão é de 45% dos ocupados.

Lei do Aprendiz emprega em sua maioria jovens negros e meninas

Para o diretor do recém-criado Departamento de Políticas Públicas para a Juventude, João Victor Motta, é importante o compartilhamento de dados para junto com a sociedade buscar dar oportunidades para essa juventude e prepará-los melhor para o mercado. Com a reconstrução do Ministério do Trabalho e Emprego foi criada uma diretoria específica para pensar a empregabilidade da juventude e alguns resultados já estão aparecendo.

“Em março, deste ano, o Brasil atingiu a marca histórica de 602 mil jovens empregados por meio da Lei do Jovem Aprendiz. Desses, 56 % são pardos ou negros e 52% são mulheres, ou seja, esse grupo mais vulnerável está tendo a primeira experiência profissional com carteira assinada e sem largar os estudos. Além de garantir que estejam em vagas técnicas”, ressalta João.

65% dos desocupados são negros e 51% são mulheres

Esses dados da aprendizagem são importantes quando se observa o recorte por raça e gênero, já que dos 3,2 milhões dos jovens desocupados, 51% são mulheres e 65% são negros. Essa mesma tendência aparece entre os jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego, que somam 5,4 milhões, sendo que 60% mulheres e 68% negros. “Os dados apontam que são as meninas, predominantemente as negras, que não estudam e nem trabalham fora. Mas, em sua maioria, elas estão cuidando dos afazeres da casa, dos filhos, irmãos menores ou de outros parentes”, esclarece Paula Montagner.

A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho ressalta que é importante retirar essas meninas da invisibilidade para que se construa políticas específicas para inserção delas no mercado de trabalho, para não repetirem a mesma situação de enclausuramento de suas mães e tias. “Políticas como o programa Pé de Meia são importantes para elevação da escolaridade desses jovens, que estão fora do mercado e não estudam. Assim como o crescimento das ofertas de estágio e de vagas na aprendizagem para trazer conteúdo técnico para esses meninos e meninas”, ressalta. Paula acrescenta ainda que quem passou pela aprendizagem tem mais facilidade para conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.

Recentemente, o MTE relançou o programa ProJovem para alcançar essa camada da população, especificamente os jovens que não estudam e nem trabalham, para complementar as ações do Programa Manuel Querino de Qualificação Social e Profissional, que tem como público a faixa etária dos 16 aos 29 anos. Esses cursos já começaram no ABC Paulista e no estado do Tocantins, tendo as mulheres, negros e pardos prioridade nas vagas. A meta é qualificar 100 mil pessoas.

Em relação às ocupações, segundo Paula Montagner, é preciso garantir que esses jovens sejam qualificados em áreas com perspectiva de crescimento. As áreas de informática são as que têm muito a crescer ainda, enquanto outras estão fechando vagas, como contínuos e escriturários em bancos. Conforme a pesquisa, 12% dos jovens ocupados, o que representa 2 milhões, estavam em ocupações técnicas, nas atividades culturais ou da informática e comunicações, que apresentam menor informalidade.

A taxa da informalidade na atividade de motoboy é de 82%

Outro aspecto a ser analisado é a informalidade que alcança 45% dos jovens ocupados, mas há situações mais graves como a dos jovens condutores de motocicletas, denominados de “motoboys”, onde 82% estão na informalidade. “São jovens que trabalham sete dias por semana, sem descanso remunerado e direitos sociais”, enfatiza a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho. Situação essa que o MTE tem se esforçado para a construção conjunta de uma proposta de lei que garanta direitos trabalhistas para essa juventude. Ou os jovens que trabalham em ocupações de reduzida qualificação na agricultura, que vão poder aproveitar das ações para ampliação de contratações formais dos Pactos Setoriais em vários setores produtivos.

Os adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos somam 34 milhões de pessoas, representando 17% da população. Desses, 49% são mulheres e 60% são negros. A região Sudeste concentra a maior parte de jovens, 39%.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
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